Comércio de emissões de carbono: onde obter dados

Tempo estimado de leitura – 6 minutos
Neste artigo, você verá como funciona o comércio de emissões de carbono e como facilitá-lo.
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O mercado de créditos de carbono cresce a cada ano. Somente em 2020 (dados mais atuais), o mercado de carbono movimentou US$ 53 bilhões no mundo, o que resultou na compensação de 20% das emissões de GEEs (gases de efeito estufa), segundo o Banco Mundial. Não é à toa que há cada vez mais empresas entrando nesse setor, sobretudo agrícolas, as quais vendem cotas de emissão ou atuam como intermediárias entre outras empresas e os agricultores. Para o Brasil, em especial, o mercado de créditos de carbono é muito promissor, tendo em vista que ele tende a ser a próxima commodity do agronegócio, contudo o país ainda precisa regulamentar o seu mercado interno. E, como se trata de uma área nova, há muitas perguntas. Por exemplo: qual é a melhor forma de verificar os dados dos agricultores sobre seus talhões e lavouras? Vamos ver como é possível simplificar a interação entre as partes e economizar tempo em ambos os lados do comércio de emissões de carbono.
Rada Klimenko
Diretora de B2B
Philip Kondratenko_OneSoil Agronomist
Rada Klimenko
Diretora de B2B
O mercado de créditos de carbono cresce a cada ano. Somente em 2020 (dados mais atuais), o mercado de carbono movimentou US$ 53 bilhões no mundo, o que resultou na compensação de 20% das emissões de GEEs (gases de efeito estufa), segundo o Banco Mundial. Não é à toa que há cada vez mais empresas entrando nesse setor, sobretudo agrícolas, as quais vendem cotas de emissão ou atuam como intermediárias entre outras empresas e os agricultores. Para o Brasil, em especial, o mercado de créditos de carbono é muito promissor, tendo em vista que ele tende a ser a próxima commodity do agronegócio, contudo o país ainda precisa regulamentar o seu mercado interno. E, como se trata de uma área nova, há muitas perguntas. Por exemplo: qual é a melhor forma de verificar os dados dos agricultores sobre seus talhões e lavouras? Vamos ver como é possível simplificar a interação entre as partes e economizar tempo em ambos os lados do comércio de emissões de carbono.

Onde obter dados para se qualificar para créditos de carbono

Para receber dinheiro para o sequestro de carbono do solo, os agricultores precisam confirmar que seus métodos de cultivo são ecologicamente corretos. Todas as empresas que vendem créditos de carbono fazem uma lista de requisitos que os agricultores precisam cumprir. As listas variam, mas os princípios básicos são os mesmos. A seguir, apresentamos alguns dos desafios enfrentados pelas empresas que comercializam créditos de carbono e como as soluções tecnológicas da OneSoil, baseadas em algoritmos de aprendizado de máquina, podem ajudar essas empresas.

1️⃣ Especificação dos limites e da área dos talhões em que serão usados métodos agrícolas ecologicamente corretos.

Sim, a empresa pode solicitar informações sobre a área do talhão diretamente ao agricultor, mas como verificar essas informações? Algumas empresas ainda enviam representantes aos talhões para calcular a área e determinar os pagamentos. Esse processo toma muito tempo e dinheiro e, a longo prazo, prende o negócio a uma única região, o que impede que ele seja dimensionado.

O que a OneSoil oferece. Confirmação rápida e fácil dos limites dos talhões e da área plantada com base em imagens de satélite. A plataforma OneSoil permite determinar os limites do campo com uma precisão de 5 metros. Nós já usamos algoritmos de aprendizado de máquina para identificar todos os campos na Europa e nos Estados Unidos. Você pode ver como o processo funciona no aplicativo OneSoil e utilizá-lo também no Brasil.
2️⃣ Por meio da identificação da sequência de culturas.

Em alguns mercados de gases de efeito estufa, os agricultores devem fornecer relatórios sobre todas as culturas cultivadas em seus talhões nos últimos cinco anos. No entanto, nem todos mantêm esses relatórios.

O que a OneSoil oferece. Dados de culturas da Europa e dos Estados Unidos de 2016 até hoje. Nossos algoritmos de processamento de imagens de satélite conseguem determinar com alta precisão o que está sendo cultivado em um campo específico. Isso só se tornou possível nos últimos anos, quando surgiram imagens de satélite de alta resolução. Os dados sobre culturas obtidos de uma fonte independente podem ser usados de várias formas diferentes, o que é atrativo para nossos parceiros comerciais.

Além disso, em breve a OneSoil começará a identificar culturas de cobertura, o que simplificará ainda mais o processo de confirmação de métodos agrícolas.
3️⃣ Por meio da determinação das datas de plantio e colheita.

É difícil saber com antecedência as datas exatas das operações de campo, pois isso depende do clima. Normalmente, somente os próprios agricultores conseguem descobri-las.

O que a OneSoil oferece. Você já sabe o que é? Nós descobrimos as datas de plantio e colheita a partir de imagens de satélite! Com base em dados abertos dos satélites Sentinel-1 e Sentinel-2, nós calculamos as datas das operações de campo com uma precisão de 3 a 5 dias. Ao combinar os sinais dos dois satélites, conseguimos com que o algoritmo seja operado independentemente das condições climáticas do momento de realização das operações de campo. Entre em contato conosco caso precise saber as datas de plantio e colheita.
Eis um exemplo de como a OneSoil pode ajudar as empresas a verificar as datas de plantio/colheita enviadas pelos agricultores. Esse mapa feito pela OneSoil mostra quando ocorreu o plantio das primeiras culturas de grãos na região de Kirovohrad, na Ucrânia. Em 2019, as datas de plantio recomendadas para as primeiras culturas de grãos nessa região foram de 30 de março a 15 de abril. A cor branca representa os talhões que foram plantados no momento certo; a cor vermelha representa os talhões que não foram plantados no momento certo.

Oportunidades do mercado de crédito de carbono no Brasil

1️⃣ Compensação de emissões de carbono deve ser meta das empresas no Brasil
Com a incorporação cada vez maior do conceito de ESG, sigla em inglês formada pelas iniciais de environmental (ambiental), social (responsabilidade social) e governance (governança), empresas do Brasil buscam meios para compensar as emissões de gás carbônico com a compra dos créditos de carbono. Em 2020, o Brasil emitiu 2,16 bilhões de toneladas de GEEs (gases de efeito estufa - CO2 e CH4), aponta estudo do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), que engloba dados da indústria, agropecuária, setor de resíduos, energia e de uso da terra. Até 2025, portanto daqui a 3 anos, o Brasil deve reduzir em 37% as emissões de GEEs, segundo o CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável). A estimativa é que até 2030 a economia de baixo carbono e a proteção de biomas (investimentos verdes) cheguem aos R$ 17 bilhões no país.

2️⃣ Empresas podem gerar ou comprar crédito de carbono de agricultores
Assim como no resto do mundo, o mercado de créditos de carbono no Brasil funciona na modalidade voluntária, no qual empresas podem gerar ou comprar créditos de carbono de agricultores e ou de outras empresas. O país precisa regulamentar o seu mercado de créditos de carbono. A proposta que está em tramitação na Câmara dos Deputados sugere que o crédito seria um certificado que atesta e reconhece as emissões de gases de efeito estufa. Projetos de reflorestamento ou de conservação de biomas poderão gerar créditos de carbono, os quais poderão ser negociados por pessoas físicas, empresas e governos.
3️⃣ Potencial do crédito de carbono no Brasil
A grande vantagem do Brasil em relação aos demais países, no que se refere aos créditos de carbono, é a densa floresta amazônica, além de outros biomas, como o Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, onde já vem sendo desenvolvidos projetos voltados para venda do crédito de carbono às empresas. Além das florestas, estudos mostram que os manguezais possuem grande quantidade de armazenamento de carbono por hectare. Somente na costa do Brasil, há 8,5% dos estoques globais de carbono. De acordo com o CEBDS, a criação de um mercado global de carbono pode gerar um comércio anual de US$ 167 bilhões até 2030 e de US$ 347 bilhões até 2050. Em 2021, o governo brasileiro instituiu o PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) para estimular a recuperação e a preservação dos ecossistemas. O PSA inclui também o sequestro de carbono. Outra ferramenta governamental é o Plano ABC, voltado para agricultura de baixo carbono e por meio do qual espera-se reduzir as emissões de carbono em 1,1 bilhão de toneladas até 2030, com tecnologias de produção sustentável em 73 milhões de hectares. Relatório da SVN Investimentos/XP aponta que "O Brasil é um dos países com maior potencial de venda de créditos de carbono e pode gerar receitas líquidas de US$ 16 bilhões a US$ 72 bilhões até 2030".
Vemos, assim, que no Brasil há oportunidades diversas para compra de crédito de mercado de carbono. E se você estiver negociando emissões, o melhor a se fazer é automatizar vários estágios de confirmação de dados para evitar desperdiçar o seu tempo e o dos agricultores.

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